Silvana Deolinda

Leis proíbem cobrança de ar na água

Em São Paulo, municípios impõem leis para que distribuidoras instalem dispositivos que retirem ar nas tubulações de água, o que pode gerar economia de 30%

Por  Marcos de Oliveira

Hidrômetro (foto ABr)

Um veterano jornalista costuma dizer que a White Martins, empresa de fornecimento de gases, vive de engarrafar o ar. Ao menos, isto é parte do negócio dela. Mas empresas de distribuição de água estão sendo implicadas em cobrar pelo ar. E propostas para barrar essa cobrança se espalham.

O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), sancionou a Lei 7.502, de 30 de outubro de 2025, que obriga a Sabesp a instalar dispositivos eliminadores de ar nas tubulações de abastecimento sempre que houver comprovação de passagem de ar.

Segundo o vereador Julinho Fuzari (Cidadania), autor do projeto, a instalação pode gerar economia de até 30% nas contas de água.

No plano nacional, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 619/2019, aprovado recentemente pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, que autoriza consumidores a instalarem dispositivos eliminadores de ar em imóveis residenciais e comerciais.

A lei de São Bernardo segue iniciativas de outros municípios paulistas. Em Osasco, a Lei Municipal 4.980/2019, sancionada pelo prefeito Rogério Lins, determinou a instalação de válvulas eliminadoras de ar nos hidrômetros de água — uma das primeiras legislações do tipo no Estado.

Em Taboão da Serra, a Lei Ordinária 2.360/2020 obriga a Sabesp a fornecer e instalar gratuitamente válvulas de retenção/eliminadores de ar nos hidrômetros de imóveis residenciais e comerciais.

Em Jaú, a instalação de eliminadores de ar e válvulas anti-retorno foi determinada por norma da agência reguladora Saemja.

Mas nem tudo é avanço: em Presidente Prudente, uma lei semelhante foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, por vício de iniciativa.

Para a We Save, empresa especializada em eficiência hídrica e energética, o avanço dessas medidas representa uma oportunidade concreta de inovação e eficiência. “É possível reduzir desperdício e custos sem grandes obras. O segredo está em entender o comportamento hidráulico das redes, corrigir pressões, eliminar bolsões de ar e integrar tecnologias de controle em tempo real”, destaca Lucas Souza, CEO da companhia, que afirma ter mais de 150 projetos implementados em grandes empresas e R$ 100 milhões em economia comprovada: a We Save atua em modelo de performance, em que o cliente só paga quando há resultado mensurável.

Notícia publicada no site Monitor Mercantil em 05/11/2025

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